Monthly Archives: Dezembro 2010

A imprensa regional, a Internet e o cidadão

Estudos têm revelado que o número de telemóveis supera a população portuguesa

Há quem defenda a tese do ‘jornalista cidadão’ ou ‘cidadão repórter’. Outros, nem por isso. Pessoalmente incluo-me no segundo grupo. Porém, tal não representa uma postura de discriminação, mas de reconhecimento de competência técnica. As rotinas de um cozinheiro, de um mecânico, de um engenheiro civil… só eles, melhor do que ninguém, as conhecem. Com o jornalista é a mesma coisa.

Os bombeiros, por exemplo, têm uma missão que desempenham na sequência da activação da mesma por parte de, na generalidade, não-bombeiros. Quero dizer, alguém presencia um acidente e liga ao 112, que por sua vez alerta os bombeiros, o INEM.

O papel do cidadão-utilizador nas rotinas do jornalismo é exactamente a mesma. Pode desempenhar um papel crucial, ao presenciar um acontecimento onde não estão jornalistas. Ele detém a informação, já o jornalista tem a competência técnica para dar credibilidade à mesma, de acrescentar-lhe valor.

Sobre o que escrevo, veja-se (mais) um exemplo envolvendo os três elementos referidos no título deste post.

Questões ‘ERCianas’


Dois dos principais rostos da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) escrevem num blogue. Nada de mais (inclusivamente há quem já tenha abordado o assunto anteriormente)!

O que motiva estas linhas é a recolha de alguns indicadores que me levam à afirmação “a ERC e quem a representa deveria rever a sua forma de actuação”.

Acompanho o referido blogue e, pelo que observo, tem actualização diária (ou praticamente, com uma ou mais). Mesmo não sendo “o blogue da ERC”, são lá debatidos temas relacionados com os média, a prática do jornalismo e dos jornalistas. Resumindo, algumas das áreas de actuação da entidade reguladora.

Por outro lado, já pude constatar que a mesma entidade é pouco dada a respostas ou esclarecimentos (mesmo quando a correspondência é endereçada directamente a um dos autores do referido blogue). Sobretudo quando se trata dos média locais (um exemplo) ou regionais e/ou seus jornalistas.

A vontade que me dá, ao ‘abrigo’ da frase que surge no blogue dos dois membros da ERC – “Não renunciarás à tua liberdade de expressão e de opinião” – seria dizer que “se gerissem melhor o tempo entre escreverem naquele espaço e responderem às questões dos média que regulam (também os ‘pequenos’), ganhariam muito mais”. Mas nem vou por aí, até porque não é “o blogue da ERC” (whatever). Antes, prefiro recordar algumas das palavras que foram proferidas no decorrer da apresentação do estudo “A Imprensa Local e Regional em Portugal”.

A Comarca de Arganil est(ar)á de volta

Nem tudo são más notícias. No decorrer do II Congresso Internacional de Cibejornalismo, alguém da assistência comentou esta iniciativa.

Resumidamente, um grupo de cidadãos que se uniu para “não deixar morrer” um jornal centenário. Pelo que se pode ler no blogue, missão cumprida. Resta esperar cerca de dois meses para que A Comarca de Arganil regresse às bancas.

A Aurora do Lima completa 155 anos

No dia em que comemora o seu aniversário, o bissemanário de Viana do Castelo “está em risco, ameaçado pelos cortes no porte-pago” (fonte na página 14).

Depois do Distrito de Portalegre, mais um título centenário que poderá desaparecer.

Actualização às 17h34: Desenvolvimento no Público, citando a Lusa.

Media e jornalismo regionais no #cobc

“Twitter e jornalismo de proximidade: Estudo de rotinas de produção nos principais títulos de imprensa regional em Portugal” foi uma das comunicações apresentadas no II Congresso Internacional de Ciberjornalismo (#cobc).

Da autoria de Pedro Jerónimo e Ângela Duarte, o trabalho apresenta resultados sobre o aproveitamento da plataforma de microblogging por parte dos media regionais.

O artigo completo pode ser consultado aqui.