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Remedia.Lab vai estudar os media regionais

Está sediado na Universidade da Beira Interior e terá as dimensões de observatório, laboratório e incubadora dos meios de comunicação da região centro. Assim se apresenta o Remedia.Lab – Laboratório e Incubadora de Media Regionais, co-financiado pelo Programa Portugal 2020 (PT 2020), no âmbito do Programa Operacional Regional do Centro (CENTRO 2020) e da União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).

Leitores da imprensa regional cada vez mais online

Comparar perfis de leitores da imprensa regional impressa e da imprensa regional online, foi o objectivo do estudo “Jornais Regionais: Perfis de leitores de jornais locais e regionais por via tradicional e online”, realizado pelo OberCom – Observatório da Comunicação, a partir de dados coligidos de inquéritos do Reuters Digital News Report (2016).

Um dos primeiros dados apurados é que a maioria dos leitores do meio tradicional tem 55 ou mais anos (44,6%), seguindo-se a faixa etária 35-44 anos (19,9%). O mesmo mantém-se em relação ao tipo de leitores online: a maioria tem 55 ou mais anos (33,1%), seguindo-se a faixa etária 35-44 anos (24%). Relativamente à origem, os leitores estão sobretudo concentrados na região centro (30,3%), seguido-se a região norte (25,1%). São também estes os territórios com mais público online, com 27,5% e 26,7%, respectivamente.

Estamos perante um público que na sua maioria acede várias vezes por dia a notícias (66,5%), sendo que este valor sobe ligeiramente (66,9%) quando falamos de leitores online.

Quanto à principal fonte noticiosa utilizada, a televisão mantém o domínio esperado. Curioso são os valores registados na hipótese “um jornal regional regional ou local”. Estas fontes são-no mais para os leitores do meio tradicional (9,7%) do que para os leitores online (5,0%). Outro dado curioso surge quando analisada a “fonte noticiosa mais importante para os leitores de jornais regionais tradicionais”. Se os canais de televisão e de informação 24 horas por dia (40,6%) e os programas televisivos (14,3%) dominam as preferências, regista-se o facto de o último lugar do pódio ser ocupado pelas redes sociais (12,4%). Já colocando a mesma questão, mas a leitores de ciberjornais, aí as redes sociais aumentam o seu protagonismo (24,4%), sendo apenas suplantadas por “Canais TV de Informação 24 horas” (32,5%).

“Dos utilizadores de internet, denota-se uma tendência para leitores de jornais regionais impressos optarem igualmente por conteúdo online, e para leitores de jornais regionais online, por sua vez, desvalorizarem o jornal impresso. Isto aponta para a crescente utilização de conteúdo noticioso online por parte da maioria da população, bem como para um decréscimo na importância do jornal físico, na medida em que os leitores ditos tradicionais possuem hábitos e tendências online similares aos leitores online, contribuindo para uma evolução que, segundo os dados deste relatório, tende a elevar a importância do conteúdo noticioso na internet em relação ao do jornal impresso”, pode ler-se na conclusão do estudo.

Depois de, durante anos, o Bareme Imprensa Regional ter sido o único indicador de audiências deste importante sector dos media em Portugal, o presente estudo do OberCom surge em boa hora. Dado o vazio registado nos últimos anos – o Bareme Imprensa Regional terminou em 2010 – passamos a ter agora dados recentes e mais abrangentes sobre o(s) público(s) dos jornais regionais.

Setúbal na Rede passa a revista online

O primeiro meio exclusivamente digital em Portugal, Setúbal na Rede, vai passar a ser uma revista online. , abandonando assim A actualização diária de informação, que mantinha desde 1998, será agora garantida ao abrigo da colaboração com o Diário da Região.

A ideia é “continuar a servir a região com conteúdos de interesse e tentando explorar vias mais experimentais, onde o multimédia assumirá lugar de destaque”, adianta o fundador, Pedro Brinca, numa newsletter distribuída hoje. Esta mudanças implica ainda que o projecto “deixará de contar com uma equipa profissional e será gerido pela Setúbal na Rede, Associação para a Cidadania”.

Os motivos para esta decisão são o mercado publicitário, “diminuto e repartido, [que] não permite receitas suficientes para manter uma estrutura profissional digna” e a falta de apoios institucionais. Por isso, “manda a sensatez que se inverta o rumo e o modelo conhecido até aqui”, sublinha.

Fundado a 5 de Janeiro de 1998, o Setúbal na Rede viveu alguns momentos conturbados na sua história, alguns dos quais quase levaram ao seu encerramento. Esta é mais uma mudança, depois da ocorrida em Março deste ano, altura em que o site surgiu renovado e Pedro Brinca passou o cargo de director para José Luís Andrade.

Artigo actualizado dia 18 de Novembro, 14h00.

Imprensa regional faz “ciberjornalismo de transposição”

“O percurso do ciberjornalismo de proximidade em Portugal é marcado por práticas primitivas, assentes na transposição de conteúdos do meio tradicional; as notícias são o principal conteúdo publicado; a presença da hipertextualidade, multimedialidade e interatividade é residual ou inexistente; e a cultura de produção para o meio tradicional, os recursos humanos e o tempo são os principais fatores que determinam as rotinas de produção de notícias online.”

São estas as principais conclusões da tese de doutoramento “Ciberjornalismo de proximidade: A construção de notícias online na imprensa regional em Portugal”, que o autor destas linhas defendeu esta tarde.

Primeiramente, Pedro Jerónimo começou por olhar para realidade geral dos 175 jornais regionais – periodicidade de diária a semanal – com presença online activa que encontrou, ao qual se seguiu um estudo etnográfico nas redacções dos semanários Região de Leiria, Reconquista e O Mirante.

Para o autor, “a Internet é cada vez mais usada na imprensa regional, porém, em rotinas relacionadas com a pesquisa e a comunicação”. Estas práticas, que decorrem também de uma maior profissionalização das fontes de informação, designadamente institucionais, levam a que os jornalistas estejam “em parte, cada vez mais fixos à secretária”.

Mais informações em entrevista n’O Mirante.

Os média de proximidade na era digital

“Novos territórios no ciberjornalismo de proximidade” mobilizou o debate na Universidade do Porto, uma iniciativa do Observatório do Ciberjornalismo.

Destaque para algumas intervenções de investigadores, jornalistas e editores, sobretudo centradas na realidade e práticas na imprensa regional em Portugal.

PIR disponibiliza aplicação para dispositivos móveis

O Gabinete de Meios para a Comunicação Social informa, através da sua newsletter, que se encontra a

“ultimar mais uma fase de um processo contínuo de melhoria da plataforma base do Portal da Imprensa Regional (PIR), com a migração do sistema de base de dados atual e a implementação de um sistema de cache, de forma a conseguir  um aumento considerável na performance de acesso às publicações que ali se encontram, de forma gratuita, alojadas.

Ao nível de funcionalidades e para além das evoluções de alguns dos módulos já existentes, destacamos como grande novidade, o desenvolvimento de uma aplicação mobile genérica para iOS e Android, que poderá ser adaptada e publicada especificamente por cada publicação, permitindo que os leitores/utilizadores acedam às notícias reservadas através da aplicação mobile”.

Imprensa regional: do bolso à palma da mão

O Ribatejo é a mais recente publicação a disponiblizar applicativo(s) para dispositivos móveis, permitindo assim aos utilizadores acederem aos respectivos conteúdos noticiosos.

O semanário de Santarém prossegue assim um caminho aberto pelo diário Açoriano Oriental (Açores), em 2010. Também o diário Correio do Minho (Braga) já lhe tinha seguido as pisadas, com o lançamento em 2012.

Sugestão de leitura: “Jornalismo de proximidade em mobilidade”, p. 363.

Mensageiro de Bragança inovador

“O jornal Mensageiro de Bragança vai proporcionar, a partir de quinta-feira [dia 8], uma experiência interactiva aos leitores, que poderão aceder a diferentes conteúdos multimédia, como vídeos, a partir da edição em papel”, pode ler-se no site Meios & Publicidade.

Segundo a mesma publicação, aquele semanário diocesano “torna-se assim no primeiro periódico português a aderir à realidade aumentada, que permite ao leitor do tradicional papel visualizar, com a ajuda de um smartphone, vídeos sobre notícias, promoções, publicidade, galerias de fotos ou ler a actualização de uma notícia imprensa”.

A adesão aos dispositivos móveis já não é propriamente uma novidade entre a imprensa regional, depois do Açoriano Oriental ter disponibilizado, já em 2010, as primeiras apps para smartphones e tablets.

Actualização (5 de Novembro, 20h25): João Canavilhas recorda-nos que “a Sábado já faz isso há dois anos!”.

Ciberjornais regionais em pousio

quem questione o relançamento do Portal Imprensa Regional, quando a generalidade das publicações já está, de uma maneira ou de outra, na rede de redes (sites, blogues, redes sociais, etc).

“Esta dinâmica da imprensa regional já bem cimentada no «mundo online» poderá colocar alguns desafios ao projecto, desafiando o seu conceito, a sua utilidade e, mesmo, a sua existência.”

Porém, estar não é o mesmo que trabalhar. Veja-se, a título de exemplo, as publicações que aderiram ao Portal. Umas não têm qualquer conteúdo noticioso, outras há muito que deixaram de cultivar (ou nunca o fizeram), jornalísticamente falando, aqueles espaços. Mas não são as aderentes casos únicos. Há por aí muito ciberjornal regional em pousio.

Contrariar essa(s) realidade(s) significa apostar na produção. E para isso são necessários produtores, isto é, jornalistas (realidade que nem sempre se verifica nas redacções destas publicações). Já se há interesse ou possibilidades para os ter, será outra discussão (em todo o caso, jornais sem jornalistas mais parece um parodoxo).

Se há intenção do Governo de apoiar as publicações regionais e locais ao nível de competências tecnológicas, o que será preferível: 1) disponibilizar-lhes plataformas ou 2) ensiná-las a rentabilizar esses espaços?

Concluo-o com mais uma questão: fará sentido que num mesmo território (distrito, p.e.) existam vários ciberjornais assumidamente regionais?

Ágor@: 14 anos exclusivamente online

Lendo umas notas feitas por ocasião do encontro sobre os 15 anos de jornalismo na web, recuperou-se que o Setúbal na Rede não é o mais antigo cibermedia – nativo digital – apenas em Portugal, mas em toda a península ibérica.

Num período em que se fala insistentemente da procura por um modelo de negócio para o online, aproveitamos a presença de Pedro Brinca no Ágor@ para ouvir a experiência de gestão e persistência do meio que dirige.